A Páscoa está aí e o objetivo é comemorar... para os judeus, comemora
a saída do povo Hebreu do Egito, ou seja, o Êxodo... para os cristãos, comemora
a ressurreição de Crista... Já quem não lembra de nada disso, vai de muito
chocolate mesmo...
Em 2010, eu postei um texto sobre uma campanha que a Greenpeace fez
afim de conscientizar as pessoas sobre a Nestlé... exatamente, a Nestlé...
Clique AQUI e leia o texto... O fato é a fabricante de alguns dos chocolates
mais consumidos no Brasil comprava óleo de palma da Sinarmas, empresa que
queimava grandes áreas para plantar Palmeira, tornado-se assim a maior
destruidora de florestas da Indonésia, tudo isso para produzir o chocolate Kit
Kat. Sem falar que essa prática emite uma grande quantidade de gás carbônico,
acelerando a extinção dos orangotangos da região...
Mas o papo aqui é outro, tão destrutivo quanto... Em 2015, as empresas
a Mars, Nestlé e Hershey receberam uma
ação judicial, alegando que as empresas mantinham trabalho escravo infantil na
África Ocidental e o consumidor estava, sem
querer, financiando isso tudo...
De acordo com o documentário Slavery: A Global Investigation
(Escravidão: Uma Investigação Global), que entrevistou algumas das crianças
libertadas, trouxe algumas revelações muito tristes... Algumas diziam que com
frequência eram alvo de tortura e espancamento, com chicotes e cintos...
- Os espancamentos eram uma
parte da minha vida - conta Aly Diabate, uma destas crianças libertadas. -
Sempre que te carregavam com sacos [de grãos de cacau] e caías enquanto os
transportavas, ninguém te ajudava. Em vez disso, batiam-te e batiam-te até que
te levantasses de novo.
As crianças possuíam entre 11 e 16 anos, às vezes até menos, trancadas
em plantações isoladas e obrigadas a trabalhar entre 80 a 100 horas por semana...
Em 2001, a FDA, órgão governamental estadunidense responsável pelo
controle de alimentos, tentou aprovar uma legislação que exigia o suo do selo slave
free (sem trabalho escravo) nos rótulos das embalagens. Mas como já é de se imaginar, antes da
legislação ser votada, a indústria do chocolate – que podemos incluir as três
citadas anteriormente – usou de sua influência – dinheiro mesmo – para barrar,
prometendo acabar com essa prática abusiva até 2005.
Mas, como é de se imaginar, este prazo foi adiado inúmeras vezes, tendo
como nova meta o ano de 2020. Se compararmos os números recentes, vemos que o
número de crianças que trabalham nesse tipo indústria cresceu, entre os anos de
2009 e 2014, 51%, segundo um relatório de julho de 2015 da
Universidade Tulane, New Orleans, EUA...
Para a produção deste texto tivemos a leitura de uma publicação online
do jornal The Guardian, de 2 de setembro de 2015, um relatório, também de 2015,da Universidade Tulane e uma publicação muito confusa do site U.S. Uncut, textode Nathan Wellman...
Indicação dos documentários: O
Lado Negro do Chocolate e Escravidão:
Uma Investigação Global
Veja nosso vídeo comentário em nosso canal do YouTube logo mais a baixo...
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